Bolsa criada por Alexandre Heberte com fita VHS já foi exportada para países como Reino Unido, França e Alemanha
Com o avanço da tecnologia, muitos produtos vão sendo substituídos e perdem a sua função. Mas o que fazer com esse “lixo”? O artesão e tecelão Alexandre Heberte, de Juazeiro do Norte (CE), encontrou uma forma para usar as antigas fitas VHS e cassete: transformá-las em tecido, artes têxteis, bolsas, chapéus.
Bolsas luxuosas
“Primeiro, criei o tecido e, depois
de alguns testes, como a confecção de xales e cachecóis, parti para as bolsas.
Já perdi a conta de quantas foram. Por se tratar de um processo artesanal,
gosto de manter um modelo diferente do outro. E, como o VHS é preto, veio a
ideia de usar fitinhas do Padre Cícero para dar o colorido”, explica Alexandre.
As peças não fazem sucesso só no
Brasil. Já foram exportadas para países como Reino Unido, França e Alemanha.
Com a popularidade, o artista foi convidado, entre outros, a confeccionar
tecidos para a coleção de inverno 2012/13 do estilista João Pimenta, cujo
desfile foi apresentado na última São Paulo Fashion Week.
Arte têxtil
Além do trabalho com as peças e os
tecidos, paralelamente Alexandre se dedica à arte têxtil, cujas obras são
criadas a partir do vasto universo das fibras, sejam elas naturais ou
sintéticas. “Infelizmente aqui no Brasil a tecelagem manual e a arte têxtil
ainda são desconhecidas do grande público, diferente do que acontece em outros
países”, opina.
Consciente desde a infância
A relação com a moda consciente
sempre fez parte da vida de Alexandre. “Durante o ensino médio, na década de
1980, fiz com a turma da escola um desfile com roupas construídas com jornais e
revistas”, relembra. Na adolescência, fez assistência de criação de figurino
para uma companhia de balé e ajudou na confecção de mais de 100 roupas com
plástico e sacos vermelhos usados para acondicionar cebolas.
“Sou do interior do Ceará e lá somos
estimulados a criar, seja por necessidade ou lazer. Quando alguém usa uma bolsa
VHS ou de plástico, passa a mensagem de que tem muita gente bacana trabalhando
e de que existem novas propostas e modelos para se viver com mais qualidade de
vida. Tudo é uma questão de hábito, de se praticar”, sentencia.
Fonte: Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry
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